'Sem esperanças' no feminino,Brasil vai ao Mundial apoiado em Diego Hypolito

Embora a ginástica artística masculina tenha trazido o mesmo número de medalhas ao Brasil que a feminina em Mundiais(três ao todo,todas com Diego Hypolito),em toda véspera de competições,as mulheres brasileiras eram a maior aposta de pódio.Neste ano a situação é completamente diferente.Favorito ao tricampeonato,o atleta de Santo André parte para seu sexto Mundial como única grande esperança do país na competição que começa nesta terça-feira em Londres.
Apesar da cirurgia no ombro que o deixou afastado dos tablados por quase três meses e o levou a desistir de disputar o salto na Inglaterra,Diego chega ao campeonato mais uma vez como franco favorito ao título.Antes de ser submetido à artroscopia,em junho,o brasileiro fazia aquela que ele mesmo considerava como sua melhor temporada na ginástica artística.Até então,já havia somado quatro ouros em etapas de Copa do Mundo,três deles no solo,sua especialidade,e um no salto.Diego voltou aos treinos em agosto,mas ainda privado de alguns movimentos com os braços.Desde então,não voltou a competir.
Mas se o brasileiro chega ligeiramente ‘baleado’ ao Mundial,seus adversários não estão em condições muito melhores.O romeno Marian Dragulescu,seu eterno rival,está fora de forma e longe das performances que o alçaram ao título mundial de 2006.Já o alemão Fabian Hambuechen,um dos grandes nomes da ginástica atual,torceu o tornozelo durante um treino na Arena O2,em Londres,e foi cortado da delegação a um dia da estreia.
Assim,Diego teve ter como principais adversários o chinês Kai Zou,atual campeão olímpico,o israelense Alexander Shatilov,o canadense Brandon O’Neil e a jovem promessa japonesa Kohei Uchimura.
Com Diego competindo em apenas um aparelho,os outros cinco ginastas da equipe brasileira representarão o país na demais modalidade.Veteranos de Mundiais,Mosiah Rodrigues e Victor Rosa contarão com vasta experiência para tentar inesperadas finais na barra fixa e no solo,respectivamente.Arthur Zanetti também pode surpreender no solo e até mesmo nas argolas.Mais velho,Caio Costa deve ficar distante das finais.
Sergio Sasaki,em compensação,é uma das apostas da delegação brasileira.Único estreante em Mundiais entre os homens,Sergio disputará nos seis aparelhos e tem chances de brigar por uma vaga na final do individual geral(24 atletas se classificam,enquanto oito passam para as decisões por aparelhos).
Mas se o grupo masculino promete seu melhor resultado na história dos Mundiais,entre as meninas a situação é diferente.Prejudicada pela idade e pelas lesões em massa de Daiane dos Santos,Jade Barbosa,Daniele Hypolito e Lais Souza,a comissão técnica comandada pela ucraniana Iryna Ilyashenko teve de montar uma equipe completamente renovada,que tem como ‘veteranas’ as adolescentes Khiuani Dias e Ethiene Franco,ambas de 17 anos.
Nos últimos anos,Khiuani foi vista como a ‘menina dos olhos’ da seleção,aposta do ex-técnico Olesg Ostapenko.Uma lesão antes dos Jogos de Pequim,porém,tirou a ginasta da competição e a prejudicou no início desta temporada.Com isso,quem roubou a cena foi Ethiene Franco,que,apesar da performance apagada na Olimpíada de 2008,conquistou quatro bronzes em etapas de Copa do Mundo em 2009.
Ethiene disputará os quatro aparelhos em Londres,tal como a estreante Bruna Leal.Ginasta regular em todas as provas,a jovem de 16 anos já se destacou em desafios internacionais dos quais o Brasil participou,tendo sido o Mediterrâneo Gym Cup,no mês passado,o último deles.Na ocasião,Bruna esteve muito próxima de ser a melhor atleta da competição,disputada na Itália,mas ficou prejudicada por duas quedas na trave e acabou terminando o torneio na sétima colocação no individual geral.
O time brasileiro fica completo com Priscila Cobello.Natural de São Roque,a ginasta,que hoje compete pela ‘APCEF’,do Paraná,foi a grande vencedora do Troféu Brasil,disputado em junho em Blumenau.
Enquanto o Brasil vai a Londres sem Daiane,Daniele e Jade(responsáveis pelas três medalhas do país em Mundiais),outros países tradicionais também deixarão suas principais ginastas em casa.Os Estados Unidos vão sem Nastia Liukin e Chellsie Memmel(ambas fora de forma),Shawn Johnson(inativa desde Pequim-2008)e Samantha Peszek(lesionada).
Rivais de Liukin e Johnson nos últimos Jogos Olímpicos,a chinesa Fei Cheng e a romena Sandra Izbasa também ficarão fora,ambas com lesões semelhantes no calcanhar de aquiles.Outra lesionada é a italiana Vanessa Ferrari,campeã mundial em 2006.
Sem estrelas da ginástica recente,o Mundial deve consagrar as promissoras Bridget Sloan,dos Estados Unidos,e Ksenia Semenova,da Rússia.