O ucraniano Oleg Ostapenko, técnico de ginástica que encabeça um projeto de formação de atletas em Curitiba, cogitou retornar ao seu país no começo deste ano, quando sua mulher, a também treinadora Nadja, foi diagnosticada com um câncer linfático.
Abalado, Oleg quis voltar ao seu país, mas foi convencido pela própria mulher e pela filha a ficar no Brasil, que teria melhores condições para tratar da doença.
Nadja se recuperou e está na etapa final de tratamento, mas ainda não voltou ao trabalho no ginásio.
A mulher tem papel fundamental no trabalho de Oleg no Brasil. Antes de decidir pelo país, o técnico era cobiçado por Rússia, Ucrânia, China e Austrália.
A estratégia dos dirigentes brasileiros foi seduzir primeiro Nadja, que veio antes e convenceu o marido.
Agora, aos 68 anos, Oleg se diz cansado e não confirma a renovação de seu contrato, que vence em setembro. “Pode ser, pode ser”, repete ele sobre a possibilidade de permanecer no país.
A indefinição parece não preocupar a direção do projeto em Curitiba.
“Sempre que chega a época de renovar o visto de trabalho dele, acontece isso”, afirma Eliane Martins, coordenadora do projeto. “É bobagem, ele vai renovar.”
Oleg cita outro fator para continuar seu trabalho no Brasil. O COB negocia para trazer o técnico russo Alexander Alexandrov para treinar a seleção feminina.
“Ele é meu amigo e já disse a ele que, se ele vier, eu vou ajudá-lo”, afirmou.
Sem participação da confederação brasileira e do COB, os empresários que sustentam o projeto têm apoio do governo do Paraná e de patrocinadores, que bancam o orçamento anual de mais de R$ 3 milhões.