


O que a ginástica reserva para 2018? – Destaques
6 de março de 2018


O que a ginástica reserva para 2018 – Brasil
21 de março de 2018
No mesmo fim de semana, acompanhar três campeonatos – um individual geral, um por equipes e um por aparelhos – é uma tarefa difícil. Segue então um resumo e as melhores séries de cada competição, que contou com a participação do Brasil e de várias potências.
DTB Cup
O Brasil brilhou na competição masculina, se classificando em terceiro e terminando a final com a prata. Contaram com apenas uma queda no salto do ginasta Luis Porto, um ginasta novo que está num caminho de progresso muito bom. Francisco Barreto continua sólido na equipe e surge um novo (ou antigo) Arthur Zanetti, que se mostra impecável também no solo e salto. Péricles Silva está se afastando da inconsistência, algo essencial para sua participação na equipe. Dessa vez acertou mais suas séries, passando segurança para equipe e treinadores, além de si mesmo. Lucas Bittencourt não competiu bem e nem participou da final; é nítido que o ginasta precisa encontrar o caminho de volta à velha forma. O ginasta acabou de trocar de clube, está treinando no Minas Tênis, e o clube não tem um histórico bom no sentido de dar continuidade no rendimento dos ótimos atletas que contratam.
A DTB Cup foi vencida pelos russos, mesmo com quedas na barra fixa e paralela. Artur Dalaloyan competiu em todos os aparelhos, exceto cavalo com alças, e está ficando com um individual geral cada vez melhor. A equipe do Japão, que havia se classificado em primeiro, acabou na terceira posição, somando várias quedas.
No feminino, a equipe russa passou vergonha. Contando com grandes ginastas, inclusive a volta de Viktoria Komova, mostraram séries boas mas pessimamente executadas. Uma inconsistência sem limites, salvas apenas pelas boas performances de Liliya Akhaimova no salto e solo. Nem se classificaram para a final, ficando atrás da equipe da Suíça. A competição foi vencida pela Bélgica, com a Suíça terminando em segundo e Japão em terceiro. As estrelas da competição foram: Nina Derwael, com a maior nota final da competição ( 15,033 nas barras); Giulia Steingruber, com a maior nota de solo e trave (13,433 e 12,900); Hitomi Hatakeda, construindo um ótimo individual geral.
Resultados: masculino e feminino.
Copa AA de Stuttgart
A surpresa do dia ficou por conta da chinesa Zhang Jin, que foi a campeã da competição feminina. Zhang tem um ótimo salto (tsukahara com dupla pirueta) e todo o restante de seus aparelhos são bons, exceto as assimétricas, onde tem uma série fraca – apesar de limpa – para uma chinesa. Elizabeth Seitz fez as honras da casa e com séries limpas e uma barra fortíssima acabou com a prata. Era esperado um confronto mais próximo entre a americana Jordan Chiles e a russa Angelina Melnikova, que erraram bastante (principalmente Melnikova) e terminaram em terceiro e quarto lugar respectivamente. Destaque para série de solo de Chiles, salto de Chiles e Melnikova, assimétricas de Seitz e trave de Jin. Destaque também para a evolução da japonesa Nagi Kajita.
No masculino, David Belyavskiy tinha uma certa vantagem dos demais concorrentes, e finalizou a competição com o ouro. Apresentou ótima série de cavalo com alças e mostrou muita consistência nas outras séries, com destaque para a barra fixa, pior aparelho da Rússia; o ginasta conseguiu dar conta do recado e finalizar com 14.400 nesse aparelho. O confronto pela prata e bronze foi acirrado e interessante entre o japonês Yusuke Tanaka e o americano Akash Modi, que acabou levando a melhor. Ponto a ponto, a competição foi disputadíssima e, mesmo com o erro de Tanaka no cavalo com alças, Akash teve que acertar todas as séries para finalizar com a prata.
Resultados: masculino e feminino.
Copa do Mundo de Baku
O Japão dominou a competição masculina, conquistando o ouro no solo e nas barras paralelas além de um bronze no cavalo com alças. A série do japonês Takaaki Sugino no cavalo com alças merece destaque, apesar do descontrole na saída: sua rotina conta com tripla russa em transporte e também em uma alça! O chinês Weng Hao acertou sua ótima série e foi o campeão nesse aparelho. O segundo país de destaque foi a Bielorrússia, que terminou a competição com o ouro no salto e prata nas barras paralelas e fixa. Andrey Likhovitskiy, responsável pelas duas pratas, foi limpíssimo, e esse é o seu ponto forte, principalmente na paralela, onde conseguiu uma nota final bem alta dada à boa execução. Eleftherios Petrounias continua imbatível nas argolas, conquistando merecidamente altíssimos 15,333 (classificou com 15,400) para a conquista do ouro. O holandês Bart Deurloo fechou a competição com 14.700 na barra fixa, levando o ouro e mostrando grande potencial de final e medalha no Mundial de Doha.
As chinesas Lyu Jiaqi e Luo Huan levaram ouro e prata nas assimétricas e na trave. As performances nas assimétricas foram muito boas, mas na trave deixaram extremamente a desejar, sendo que Luo foi ouro na trave com uma saída de mortal estendido de costas. Oksana Chusovitina foi campeã de salto com os saltos que frequentemente realiza “fora de temporada”: reversão com pirueta estendida e tsukahara com pirueta e meia. Também foi bronze na trave, com uma série bem cravada e mais interessante até que a das chinesas. O solo foi vencido pela croata Ana Derek, que optou por jogar com a parte artística e limpeza dos elementos que, merecidamente, renderam uma nota final de 13,533, suficientes para um lugar na final de solo do Mundial de 2017.
Post de Cedrick Willian
Foto: Minas Panagiotakis / Getty Images North America