Análise e resultados da Copa do Mundo de Ginástica Artística – Etapa de Anadia
1 de junho de 2014Octavian Bellu ameaça parar com a ginástica
3 de junho de 2014No ano passado entrou em vigor o novo código de pontuação, cheio de novidades, valorizações, descontos e etc. Enquanto tudo parece funcionar perfeitamente bem na ginástica masculina, a ginástica feminina ainda trabalha para encontrar regras que deixem bem claro o que a Federação Internacional de Ginástica procura.
Na procura pelo melhor, inventar coisas sem nexo não é a melhor saída. Os árbitros e ginastas ainda conseguem engolir todas as regras coreográficas propostas no novo COP, mas uma regra específica da trave de equilíbrio tem feito muitos questionarem se a subjetividade não será colocada em xeque durante uma competição.
Resumindo, a regra fala que (humor á parte) se a ginasta não fizer o mortal esticado como uma chinesa, o júri D deve validá-lo com um valor a menos. Ou seja: o mortal esticado, originalmente de valor E, que não for feito como uma chinesa, deve valer D.
Entenda:
mortais esticados que valem E
e mortais esticados que valem D.
Desde que a ginástica existe, sempre houveram 3 posições fundamentais de mortais: grupado, carpado e esticado (ou estendido). Nunca houve um meio termo. Nunca houve o grupado A e o grupado B. Ou o duplo esticado F e o duplo esticado E. Grupado é grupado, carpado é carpado e esticado é esticado. Por que complicar?
O júri D deve entender e julgar se o mortal é grupado (C), carpado (C) ou esticado (E). Os descontos para as posições dos mortais já existem nas regras de execução: pouca altura, postura insuficiente durante o mortal… Não há como negar que os mortais esticados das chinesas realmente são os melhores. Então deixe que o júri E seja agraciado com a performance excelente e não as despontuem! Guarde a caneta para as ginastas que não executam o mortal esticado tão bem!
Esse post foi inspirado depois de assistir o vídeo da série de trave da canadense Ellie Black, compartilhado na nossa página do Facebook. O mortal dela foi incluído no vídeo da FIG como exemplo dos mortais esticados que valem D, o que é uma injustiça. O mortal dela deveria ser descontado (pelo júri E) porque não tem uma boa altura, mas ele mantém a postura esticada durante a maior parte do movimento e ela consegue chegar em pé! Outro exemplo é o mortal da Daniele Hypólito, que antes dessa regra foi julgado e avaliado corretamente em nossos campeonatos como carpado (valor C), mas ao longo do tempo e treinos ela melhorou a execução e o mortal atingiu a posição correta para ser considerado esticado.
Tudo indica que essa regra é completamente desnecessária, principalmente por ser muito subjetiva. Com certeza isso abrirá caminhos para que uma ou outra ginasta seja prejudicada. Não pela execução do mortal em si, mas talvez pela bandeira que a ginasta representa.
Última questão: qual é o mortal executado pela Jade Barbosa na foto desse post?