Não é exagero dizer que Rebeca tem chances de seis medalhas olímpicas na França. A equipe tem chances reais de medalha, que seria a primeira oportunidade para Rebeca. Logo em seguida, na final do individual geral, Rebeca é favorita ao pódio e uma das únicas – ou a única – com possibilidades de superar Simone Biles.
Já nas finais por aparelhos, é favorita ao ouro no salto, além das grandes chances nas finais de barras assimétricas, trave e solo. Concorde com esse fato ou não, temos um lembrete: só neste ciclo, Rebeca foi medalhista mundial em todas as provas. Uma das únicas ginastas da história mundial a conseguir esse feito.
Na mesma situação está o atleta baiano Isaquías Queiroz, que atualmente possui duas medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze. Em Paris, competindo na prova individual e de duplas na canoagem, pode ser medalhista em ambas e somar sete medalhas olímpicas.
Caso Rebeca ou Isaquías tenham o resultado dentro do esperado, vão superar os maiores medalhistas olímpicos da história do Brasil, que são os iatistas Robert Scheidt, que possui dois ouros, duas pratas e um bronze, e Torben Grael, com dois ouros, uma prata e dois bronzes, além de Serginho, do vôlei, com dois ouros e duas pratas.
O segundo ouro de Rebeca a colocaria ao menos no mesmo patamar de outras grandes lendas olímpicas, lendas essas que são bicampeãs em suas modalidades, como Adhemar Ferreira da Silva (ouro no salto triplo em 52 e 56); Marcelo Ferreira (ouro na vela star em 96 e 04); Martine Grael (ouro no 49er FX da vela em 16 e 20) e Kahena Kunze (ouro no 49er FX da vela em 16 e 20), além das históricas bicampeãs do vôlei de quadra feminino Fabi Oliveira, Jaqueline Carvalho, Fabiana Claudino, Paula Pequeno, Thaísa Menezes e Sheilla Castro.
Porém, nem só de medalhas se faz história. Rebeca pode ir muito além pelo Brasil alcançando marcos e recordes para muito orgulho a toda nação. Veja os tópicos:
1. Ser a primeira mulher a conquistar três ou mais medalhas olímpicas numa mesma edição dos Jogos – o recorde atual é dela mesma, que foi a primeira e única mulher a conquistar duas medalhas em um único ano, no caso, em Tóquio 2020;
2. Ser a primeira brasileira a conquistar quatro medalhas olímpicas numa mesma edição dos Jogos – o recorde atual é de Isaquías que conquistou três medalhas no Rio 2016;
3. Ser a primeira medalhista olímpica de trave, paralela e solo, além de ajudar a equipe brasileira a subir no pódio por equipes pela primeira vez;
4. Caso conquiste 4 ou mais medalhas, e dependendo dos resultados de Isaquías, pode se consagrar a maior medalhista olímpica da história.
Tá pouco ou quer mais? No melhor cenário possível, que é difícil na ginástica por conta da imprevisibilidade de uma final por aparelhos, Rebeca pode terminar os Jogos de Paris com seis medalhas olímpicas. Nesse sonho, somadas as outras duas conquistadas em Tóquio, totalizaria oito medalhas e a nossa brasileira se isolaria como líder do ranking e como a maior atleta brasileira da história.
Texto de Cedrick Willian
Revisão de Ícaro Ambrósio
Foto: COB / Miram Jeske
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