Ginastas do Brasil brilham na Voronin Cup 2012
17 de dezembro de 2012Ginástica artística e treinamento precoce
20 de dezembro de 2012Último texto da série “O que a ginástica reserva para”. Dessa vez, o texto não foi escrito por Marina Aleixo. Não sei se todos sabem, mas nossa querídissima colaboradora mora na Austrália e acaba por não acompanhar tanto a ginástica juvenil do Brasil. Entretanto, desde sempre troco informações “juvenis” com o leitor/amigo Bernardo Abdo, e o convidei (com o aval da Marina) para escrever esse último texto, que ficou excelente! Queria parabenizá-lo pela contribuição, dizer que ela foi bem-vinda e que convites novos serão feitos! Rs. Aproveitem o texto e boa leitura! E boa sorte para o Brasil em 2013!
Novas seniores
nascidas em 1997 vêm de um ano de altos e baixos; evoluíram significativamente,
mas também tiveram que enfrentar lesões – comuns a todo ginasta, além de
problemas com o peso e a forma física, recorrentes na fase por que passam – a
“temida” puberdade.
integraram nossa elite Juvenil, quatro meninas entre muitas que competem a
nível nacional se destacaram, mostraram talento e potencial, e por isso merecem
nossa atenção. São elas: Daniela Santana, do Grêmio Recreativo Barueri – SP, Isabelle
Retamiro, do Clube de Regatas do Flamengo – RJ, Stefany Campos, do Grêmio
Náutico União – RS e Mariana Valentin, do Centro de Excelência de Ginástica do
Paraná.
qualidades, seus melhores aparelhos e perspectivas pro ano que vem.
Ela não foi bem nessa competição. Uma lesão grave no pé, que aconteceu durante os treinos na Rússia, a impediu de competir e também de participar de novas seletivas para outros campeonatos internacionais. No fim desse ano ela foi liberada para voltar a treinar e já conseguiu voltar com todas as séries que executava
antes da lesão.
O pior aparelho de Daniela é o salto. Até o momento ela executa só um yurchencko com mortal esticado. Na paralela, ela já executa o jaeger afastado, e treina o ginger e o comaneci, além de fazer saída D, de duplo para frente. Possui uma série básica na trave, mas que cumpre todas as exigências. No solo, ela já executa uma série com DTG, sequência 1.5-1.0, DG, DC. Em treinos, Daniela faz o tsukahara e a dupla pirueta e meia. E tem mais: Roger Medina afirmou que sonha com um duplo com dupla para Daniela. Imagina se ela consegue?
Daniela no solo, no fim de 2011. Campeã de solo no Sul-Americano de clube.
seleção brasileira de base, Isabelle é a representante do principal clube do
país atualmente, e esteve em excelente forma durante o ano passado. Entretanto,
teve um 2012 conturbado, com lesões e corte da equipe brasileira para o Pan-Americano
Juvenil de Medellín, na Colômbia, por “problemas com a balança”.
da categoria, sendo capaz de executar Yurchenkos com pirueta e meia em
competição e treinar dupla, além de apresentar potencial na trave (com saída de
duplo mortal) e no solo (DTG e sequência de 1.5-1.0). Nas barras possui série
completa sob as regras do código juvenil da FIG, com destaque pra sua largada,
um Comaneci; no entanto, costuma ter problemas com a execução.
Série de solo mais recente de Isabelle. Uma pena não estar completa.
Salto.
quando representou o país nas categorias Infantil e Juvenil. Principal nome dos
grupos de 2009 (12 anos) e 2010 (aos 13) que viajaram aos Sul-Americanos de
Base, Stefany vem do clube das veteranas Adrian Gomes e Juliana Santos, e é
mais uma promessa gaúcha pra equipe nacional adulta.
“debutantes” não teve muitos resultados de expressão, não conseguindo vaga em
nenhuma das duas seleções juvenis formadas pra competições internacionais, além
de ter aberto o ano com o “pé esquerdo”, ao deixar as disputas do Troféu Brasil
após uma queda inesperada nas barras.
como Tsukahara e duplos. Nas barras, o destaque é o Tkatchev, tendo também
provas regulares de trave e bons saltos.
Stefany no solo.
Oleg Ostapenko em Curitiba, Mariana é uma ginasta de linhas bonitas, exercícios
limpos e consistência. Ainda que não tenha representado o país em nenhuma das
temporadas passadas, a jovem promessa do Cegin conquistou alguns dos melhores
resultados este ano entre as ginastas de sua idade. Vale a pena lembrar que
durante o Estadual Paranaense de 2012 conseguiu uma impressionante pontuação de
14,6 na trave, com uma série sem muitas dificuldades, mas execução “impecável”.
No Brasileiro Adulto e Seletiva Sul-Americana Juvenil, ficou em segundo e
sétimo, respectivamente, sendo uma das reservas pro continental da Bolívia.
último ainda não tenha apresentado rotinas completas em competição. Nas barras,
destacamos a transição pro BI e o Endo, e na trave, bastante flexibilidade no
sheep jump e amplitude nos saltos de “grande abertura”. Como dito acima, suas
séries não têm muitas dificuldades, mas costumam ser muito limpas e precisas.
Único vídeo disponível da Mariana.
especulações sobre quem deve continuar na equipe adulta brasileira rumo ao
Mundial da Bélgica, em Antuérpia, são cada vez maiores.
e uma possível queda no nível de competições internacionais, comum a todo ano
pós-olímpico. Sendo assim, as chances de bons resultados, inclusive de
medalhas, aumentam para países emergentes como o Brasil.
escolhemos três, cada uma com seu talento e possibilidades de voltar a nos representar
em grandes competições do calendário anual da FIG.
de Janeiro, em 2016, com os Jogos Olímpicos do Brasil, nossas experientes
atletas devem continuar sendo a base da seleção nacional e espelho para uma
jovem geração que aos 13, 14 anos, já carrega a “responsabilidade” de fazer
bonito competindo em casa.
para o próximo ano, nossas selecionadas foram Jade Barbosa, Daniele Hypólito e
Adrian Gomes.
questões contratuais com patrocinadores da CBG, Jade Barbosa não desistiu do
esporte após 2 ciclos cumpridos, e continua sendo uma das grandes saltadoras do
mundo em atividade. Mas o futuro da atleta na seleção ainda parece incerto.
“lapidado” em Curitiba durante a Era Oleg, este ano foi o maior desfalque da
equipe olímpica, além de ter tido que superar a lesão crônica no punho direito
e problemas com o peso.
o Mustafina e manteve o Yurchenko com dupla, os mesmos apresentados durante a
final olímpica pela campeã Sandra Izbasa, da Romênia, em Londres. Por seu
potencial e regularidade, Jade ainda tem muito para mostrar em 2013.
Evento-Teste de janeiro, Daniele Hypólito pode ser uma excelente “beam worker” pra
Bélgica, considerando sobretudo o bom trabalho que vinha mostrando durante os
treinos nesse aparelho. Talvez, tornar-se uma especialista de trave seja uma
ótima opção, visto que em 2013 o Mundial será individual, e suas maiores chances
estão nela, sua melhor prova.
CRF na seleção já declarou que não pretende se aposentar tão cedo, podendo ser
mais uma a dar base às próximas gerações.
integrante do grupo no ano que vem, especialmente por se manter ainda hoje em
alto rendimento.
Adrian Gomes é uma das nossas ginastas mais regulares e versáteis atualmente,
mas por causa de uma lesão constatada durante o período de preparação para
Londres, foi cortada da equipe que representou o país nos Jogos.
comandado pelo ucraniano Ostapenko em Curitiba, mas deixou a equipe e esteve
durante algum tempo fora da Ginástica. Mais experiente e decidida a voltar ao
esporte, Adrian fez sua estréia no Brasileiro Adulto de 2009, meses antes de
ser novamente convocada à seleção.
melhores “all-arounders”. Ela já apresentou séries de solo e trave muito boas, e já postou um vídeo de treino em que executava um DTY.
Texto de Bernardo Abdo com a colaboração de Cedrick Willian. Da série “O que a
ginástica reserva”. Todo fim de ano faremos postagens sobre os maiores
nomes que competirão no ano seguinte. O último texto será escrito
exclusivamente sobre ginastas do Brasil. Ideia original de Marina
Aleixo.