O que a ginástica reserva para 2016? – Parte 4
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18 de fevereiro de 2016JAPÃO
A equipe japonesa, mesmo com os desfalques de suas ginastas inicialmente selecionadas, competiu em Glasgow com a melhor equipe de todos os tempos. Apesar de já terem conseguido um 5º por equipes nos Jogos Olímpicos de Pequim e conquistado várias medalhas individuais com Koko Tsurumi no Mundial de 2009, o nível técnico da seleção japonesa nunca esteve tão alto. Tanto que, mesmo sem nenhuma medalha, o 5º lugar por equipes em Glasgow, o 4º lugar de Sae Miyakawa no solo e o 6º lugar de Mai Murakami no individual geral são tão bons quanto qualquer resultado ou medalha que o Japão já obteve no feminino.
Koko Dobashi
Murakami Mai
De reserva ao 6º lugar no individual geral de Glasgow, Murakami surpreendeu fazendo a melhor competição da sua vida. Inicialmente fora da equipe, mesmo depois de ter sido a única finalista por aparelhos no Mundial de 2013, ninguém pensaria que a ginasta poderia chegar tão longe. Foi peça fundamental no último Mundial, onde todas as suas notas entraram pra a equipe na fase classificatória, que também foi a classificatória olímpica. Com trave e assimétrica regulares, teve o 2º melhor solo da equipe (5.8) e o 2º melhor salto (yurchenko com dupla: 15.066), isso além de ter competido o individual geral sem falhas (57.132). Depois de provar por tantas vezes que merece ser atuante na equipe, será que os dirigentes japoneses cometerão novamente o grave erro de deixar a ginasta fora dos Jogos Olímpicos?
Asuka Teramoto
Aiko Sugihara
Estreou em 2015 e não teve todo seu potencial explorado no Mundial. Apesar disso, teve e atualmente tem uma das melhores séries de barras assimétricas da equipe. Mesmo sem grandes acrobacias no solo, possui uma linha corporal muito bonita e flexibilidade para executar belíssimos saltos de dança, deixando tanto esse aparelho como a trave com ótimas impressões. Salta um yurchenko com pirueta e meia extremamente limpo, dando espaço para um upgrade para a dupla pirueta. Com certeza pode e deve melhorar as notas de dificuldade de seus aparelhos, principalmente no solo e na trave. Se explorar todo o potencial que tem, pode se manter na equipe esse ano e representar o Japão nos Jogos do Rio.
Sae Miyakawa
Melhor saltadora e melhor ginasta de solo do país, surpreendeu a todos com um solo monstruoso no último Campeonato Nacional Japonês ocorrido em 2015, quando finalizou sua série com silivas (um duplo com dupla grupado), exercício de valor (H) no código atual. Seus saltos são : RUDI (6.2) e um yurchenko com dupla pirueta (5.8), ambos muito bem executados! Sae possui a série de solo mais difícil do mundo em nível acrobático. Após o Mundial de Glasgow, a ginasta já esteve treinando movimentos de dança em sua série, onde pecava muito. Em dezembro, no Toyota International Cup , Sae apresentou um solo com 6.8 de dificuldade! Em sua série de solo há: duplo esticado com uma pirueta (H); uma sequência de mortal esticado com pirueta de frente (C) + Duplo Grupado Frontal (E), bonificação de 0.2; duplo com dupla (H) e finaliza de duplo esticado (F). É uma das favoritas ao pódio desse aparelho nos Jogos do Rio.
Yuki Uchiyama
Com uma trave inconsistente, um solo mediano (conta com uma diagonal de dupla pirueta de costas) e apenas um yurchenko com pirueta no salto, Uchiyama tem nas barras assimétricas a sua maior arma para a conquista de uma possível vaga nos Jogos Olímpicos. Com 6.2 de dificuldade, tem a melhor e mais difícil série da atual equipe japonesa, série que conta com uma sequência de stalder com pirueta + komova II + um belíssimo pak. Internacionalmente, chegou a pontuar 15.000 na final por equipes do Asian Championships, sendo que já conseguiu 15.400 num campeonato no Japão.
Post de Cedrick Willian e Lucas Victor.
Esse é o quinto texto de 2016 da série ” O que a ginástica reserva”. Todo fim / começo de ano faremos postagens sobre os maiores nomes que competirão no ano seguinte. O último texto será exclusivamente escrito sobre ginastas do Brasil.
Foto: Ivan Ferreira / Gym Blog Brazil