O que a ginástica reserva para 2014? – Parte 3

Terceira parte da série “O que a ginástica reserva para 2014”.

ROMÊNIA

Andreea Munteanu 

Sem sombra de dúvidas a mais aguardada entre as estreantes romenas para 2014, e deve ser essencial para a equipe que disputará o Mundial na China. Munteanu já mostra excelente potencial na trave e no solo, e tem apresentado séries de alto grau de dificuldade com muita precisão. É uma das poucas juvenis da Romênia a saltar Yurchenko com dupla pirueta, conseguindo assim destaque no individual geral. A atleta, que treina em Izvorani ao lado de outras 17 meninas, todas elegíveis para a Olimpíada do Rio, foi o principal desfalque da seleção que representou o país no EYOF por conta de uma lesão.

Silvia Zarzu

Essa pequena ginasta nascida em Onesti é uma das mais talentosas juvenis romenas em preparação para 2016, e tem o solo como seu melhor aparelho. Representou a seleção pela primeira vez em uma grande competição no ano passado, durante o Europeu Júnior disputado em Bruxelas, sendo segunda colocada em sua especialidade e terceira por equipe. Em 2013 conquistou dois bronzes no EYOF, nas mesmas finais do ano anterior.

Diana Teodoru

É a menos conhecida entre as 3 debutantes escolhidas, mas vem alcançando bons resultados nacionais e mostrando evolução considerável em todos os aparelhos. Destaca-se nas provas de solo e barras, com ótima execução. Para o ano que vem, suas metas devem ser aumentar as notas de dificuldade e fixar alguns elementos na trave.

Sandra Izbasa

Sandra ameaçou terminar sua carreira depois dos Jogos Olímpicos mas, depois de uma longa pausa, decidiu voltar e competir o Mundial esse ano. Infelizmente errou na final mais uma vez e ficou fora do pódio. Izbasa com certeza era a favorita ao ouro (pelo menos dos fãs de ginástica), e poderia ter sido campeã sem executar a sequência acrobática de dupla pirueta e meia + pirueta na última passada, onde teve a queda. Independente do resultado, Izbasa traz beleza e simpatia aliadas às grandes dificuldades sempre que compete. Por isso fica a nossa torcida para que Izbasa esteja de volta aos treinos no ano que vem. Se isso acontecer, com certeza fará parte da equipe romena que disputará o Mundial.


Diana Bulimar


É uma das meninas dos olhos de Octavian Belu para o Mundial do ano que vem. Sendo extremamente regular em execução, dificuldade e consistência em todos os aparelhos, Bulimar é a segunda melhor “all arounder” da equipe, perdendo apenas para Larisa Iordache. Seu salto evoluiu de maneira fantástica nos últimos meses. Sua série de barras não tem uma execução muito correta nos voos, mas a ginasta apresenta execução bastante eficiente para uma romena. Na trave, Diana é um exemplo de consistência, sendo presença garantida nesse aparelho durante a final por equipes do Mundial (caso consiga se livrar das lesões dessa vez, fato que acabou não ocorrendo em 2013). Sua série é composta por um flic + mortal esticado e uma belíssima saída de duplo carpado em combinação com dois elementos em cima do aparelho, o que faz sua nota de dificuldade chegar a até 6.0 caso ela faça sua série mais difícil. Bulimar consegue ser ainda melhor no solo, onde suas aterrissagens perfeitas praticamente sempre são um show a parte. A ginasta começa a apresentação como um altíssimo duplo mortal esticado, sendo que em treinos ela apresenta ele com uma pirueta a mais (valor H), além de realizar um salto ginástico de valor D que leva seu nome: uma cortada lateral com pirueta! Com tudo que sabe, Bulimar alcança facilmente a marca dos 6 pontos de dificuldade nesse aparelho. Resumindo a questão toda: Diana Bulimar é uma ginasta fundamental em todos os aparelhos para a disputa da medalha por equipes para a Romênia no Mundial de 2014.

Larisa Iordache

Da mesma forma que aconteceu nas Olimpíadas, Iordache não conseguiu conquistar os resultados esperados no Mundial desse ano. Apesar disso, a ginasta terminou o ano muito bem: foi prata no individual geral da Copa do Mundo de Stuttgart e ouro no individual geral da Copa do Mundo de Glasgow. Iordache tem um “all around” muito bom, onde sua nota de partida mais baixa é no salto, onde consegue 5.8 num yurchencko com dupla pirueta. Tem uma paralela ótima para uma romena, e seu solo e trave excepcionais. Ouso dizer que Iordache tem a melhor série de trave do ciclo, o que é bom e ruim para a ginasta. Bom porque, se ela acerta a série, provavelmente é a campeã, como aconteceu em Massilia quando tirou 15.633. Ruim porque a série é muito arriscada, e isso pode comprometer uma medalha, como já aconteceu algumas vezes, tanto nas finais por aparelhos como nas classificatórias e finais de individual geral. Apesar de estar sem treinar com Octavian Bellu e sua mulher, Iordache não perdeu o ritmo e, mantendo o nível que já tem, será a principal ginasta da equipe romena nas competições do ano que vem.

Stefania Stanila


Stanila foi uma ginasta bastante promissora enquanto juvenil mas que caiu bastante de rendimento após ter virado adulta, provavelmente por conta de lesões. A atleta que já chegou a competir com dupla e meia + pirueta e tripla pirueta na mesma série de solo, hoje tem dificuldades pra controlar as aterrissagens com uma série acrobaticamente mais simples. Stanila já chegou a apresentar um yurchenko com dupla pirueta no salto com execução ruim, mas seu salto oficial é um bom yurchenko com pirueta. Na trave foi onde ela já conseguiu surpreender mais até hoje, mostrando elementos bastante interessantes em séries distintas: flic + mortal grupado com pirueta, rondante + mortal esticado, salto cortada + mortal lateral. Caso fixe sua consistência nesse aparelho e realize todas as sequências que sabe, Stefania pode ajudar sua equipe em uma provável final. As barras costumam ser seu aparelho mais fraco. Isso se deve a graves problemas de flexão de joelhos em giros gigantes e lançamentos com parada de mãos insuficiente.

Anamaria Ocolisan

É uma das romenas adultas menos conhecidas da atual geração, mas que tem boas chances integrar a equipe do ano que vem devido o seu salto: um yurchenko com dupla pirueta muito bom. Sua série de barras é bem básica, tendo como maior nota D apresentada até hoje um humilde 5.1 (com saída de duplo carpado), mas devido a sua polidez nos giros e limpeza na posição dos braços nas retomadas, Ocolisan tem potencial pra apresentar algo bastante sólido e talvez mais difícil nesse aparelho, o que auxiliaria bastante a equipe romena por se tratar do aparelho mais fraco entre as ginastas dessa nação. No solo, Anamaria tem uma série de dificuldade mediana, com tripla pirueta de entrada e dupla e meia bate mortal de segunda passada. Trave é o seu aparelho mais fraco devido a falta de firmeza e pouca dificuldade, apesar de realizar um rondante + mortal esticado muito bom.


Texto de Bernardo Abdo, Stephan Nogueira e Cedrick Willian.
Foto: Thomas Schreyer

Esse é o terceiro texto de 2013 da série ” O que a ginástica reserva”. Todo fim de ano faremos postagens sobre os maiores nomes que competirão no ano seguinte. O último texto será exclusivamente escrito sobre ginastas do Brasil.

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