O Mundial de ginastas “B”

Quais as chances de ginastas “B” conquistarem uma medalha em Mundial? Verdade seja dita: uma a cada quatro anos, no Mundial Pós-Olímpico. E esse ano, depois de tantos desfalques e lesões, aparece mais uma boa oportunidade desses ginastas entrarem para uma final e conseguir uma medalha importante.

Se você é um ginasta “B”, esquece. Para se conquistar uma medalha internacional na ginástica artística masculina, até mesmo em etapas de Copa do Mundo, você tem quer um ginasta “A” de verdade. As competições da GAM são sempre muito fortes! Os Estados Unidos se ferrou nos últimos Jogos Pan-Americanos, achando que sua equipe “B” conseguiria o ouro por equipes. Não enviaram seus principais ginastas pra a competição e perderam bonito para a nossa seleção, que competiu com os nossos melhores ginastas e conseguiu um inédito ouro por equipes.

Agora, se você é uma ginasta “B”, mas tem um pouco de dignidade, esse ano você tem sua grande chance! E é importante que você a abrace com todas as forças! Rs… É possível conquistar uma medalha no Mundial, até mesmo no individual geral, sendo uma ginasta “B”. Foque o ápice do treinamento em um Mundial desses e boa sorte!

Vamos aos últimos resultados de Mundiais Pós-Olímpicos, começando por 2005.

Monette Russo, australiana, Mundial de 2005: medalha de bronze no individual geral. Nenhuma nota acima de 9.400 foi contabilizada nessa final. Monette ainda esteve na final de paralela, trave e solo, ficando a poucos décimos de pódio dessa finais.

Suzanne Harmes, holandesa, Mundial de 2005: medalha de bronze no solo, pisando de fora do tablado, com desequilíbrios até nos saltos de dança e com nota final de 9.212. A surpresa foi tanta que nem ela acreditou no que estava acontecendo.

Koko Tsurumi, japonesa, Mundial de 2009: medalha de bronze no individual geral, com yurchencko com pirueta no salto e com 13,725 no solo. Nesse Mundial, com uma paralela próxima dos 15 pontos, a ginasta já era considerada favorita á uma medalha no individual geral. Koko ainda foi prata na paralela, com 14,875. Ana Porgras foi bronze, com 14,675. Não que Porgras tenha sido uma ginasta “B”, mas uma romena medalhar na paralela em um campeonato Mundial dentro do novo código de pontuação, é um caso raro!

Younna Dufournet, francesa, Mundial de 2009: medalhar de bronze no salto. Seus saltos foram:

1 – yurchencko esticado com pirueta e meia (D: 5.3)
2 – yurchencko com meia volta com mortal esticado com meia volta (D: 5.6)

Ivana Hong, americana, Mundial de 2009: medalha de bronze na trave. Hong foi uma americana muito “B” e só conseguiu uma medalha individual nesse Mundial, apesar de ter sido ouro por equipes em 2007. Mas tem um detalhe: se não fosse americana, Ivana Hong seria uma ginasta “A” em qualquer outro país do mundo! Rs…

Jessica Gil, colombiana, Mundial de 2009: finalista de solo. Não conquistou medalhas, mas foi finalista desse aparelho com nota de 13,950. A série estava até legal, teria até ficado bem colocada na final se não tivesse acontecido uma queda horrível na segunda passada. E se não fosse uma ginasta de um país sem tradição na ginástica artística feminina.

Série de Gil na classificatória

Série de Gil na final. Eu torci.

Nos nomes e vídeos, mencionei apenas os mais (ou menos) importantes. Se fosse para comentar cada ginasta presente nas finais, a lista seria maior. Muitas ginastas nem entrariam na final caso o Mundial fosse outro.

Agora é só esperar pelos resultados desse ano. Marta Pihan, Vasiliki Millousi, Dorina Boczogo, Carlotta Ferlito, Yu Minobe, Giulia Steingruber, Sanne Wevers e Ida Gustafsson são nomes fortíssimos nesse Mundial.