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Previsão GBB – Mundial de Liverpool
30 de outubro de 2022
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Brasil conquista mais cinco finais no Mundial de Ginástica
1 de novembro de 2022Entre altos e baixos o Brasil conquistou hoje 7 das 9 possíveis finais previstas pra GAF aqui no GBB. Impressionante como raramente temos uma competição por equipes linear: ou é maravilhoso ou é um completo desastre!
Hoje ficamos no meio a meio. Começamos no desastre da trave e fomos ao delírio com o solo. Entramos em um novo desastre no salto e acabamos com uma ótima recuperação na paralela, com direito a uma finalista. Dá pra gente, um dia quem sabe, ter um dia normal? O coração uma hora não vai aguentar.
Apesar da montanha-russa de emoções, mais uma vez a estrela do Mundial é a brasileira Rebeca Andrade. Rebeca está em todas as finais, menos salto. Esse “número da mega” com certeza ninguém apostou. Se tinha uma medalha dada como certa nesse Mundial era a do salto feminino, mas uma fatalidade (a mão dela escorregou) a deixou sem o ouro certeiro. Além dessa final, faltou também a da Flávia Saraiva ou Júlia Soares na trave para completas as 9 previstas.
Os juízes estavam rigorosos, mas as ginastas também não ajudaram. Culpa do Código de Pontuação? Talvez. Com a possibilidade de mil ligações de bônus e ao mesmo tempo 2 mil formas de a ligação não ser validada, as ginastas têm se esforçado a troco de nada. E nesse vai e não vai, juízes, ginastas e treinadores acabam se perdendo. “Não valeu porque o dedão do pé mexeu antes do tronco”; “não valeu porque ela precisa olhar pro lado certo da trave”; “não valeu porque faltando 33,2° pra aterrisagem ela fechou a canoinha exageradamente”. Haja paciência e a saída é ter paciência.
A tristeza do dia foi a lesão da Flávia, que ninguém sabe ainda qual a extensão. A chateação é geral, especialmente porque com ela na final por equipe temos chances de medalhas e classificação olímpica. Dessa forma, entre as várias questões que devem ser levadas em consideração a respeito da lesão e participação da Flávia na final por equipes, temos uma que não pode ser ignorada: a classificação olímpica depois de amanhã nos dá 2 anos de preparação para os Jogos de Paris. Uma preparação mais calma e até mais preventiva, pensando que o ápice da periodização será nos Jogos.
Daria pra classificar mesmo com Flávia lesionada, se ela tiver as mínimas condições de competir? Não dá pra afirmar, mas segue as contas.
VT: Rebeca, Pedro e Lorrane. 15,066 + 12,933 + 12,666 = 40,665
UB: Rebeca, Lorrane e Flávia (saída A). 14,666 + 13,233 + 13,200 = 41,099
BB: Rebeca, Júlia e Flávia (saída A). 13,400 + 12,566 + 13,300 = 39,266
FX: Rebeca, Júlia e Pedro. 14,200 + 13,566 + 12,833 = 40,599
Total: 161,629. Sabendo que o Brasil foi mal na trave, cravando esse aparelho na final poderíamos finalizar com uma nota em torno de 163,000, nota suficiente para o pódio. Agora é pensar no que compensa mais, colocando o olhar, em primeiro lugar, na saúde da Flávia e no que ela está disposta a fazer em Liverpool.
Itália foi muito bem mesmo sem Asia Damato e Angela Andreoli. Japão tem uma equipe renovada e que deu conta de continuar o legado deixado pelas veteranas que ficaram por tanto tempo. Sinto falta da força e plasticidade que a China apresentou até Pequim. Depois disso, apenas uma ou outra consegue demonstrar a beleza da velha escola; esse ano, Ou Yushan.
No individual geral a grande surpresa foi Jade Carey classificada no lugar que provavelmente era de Jordan Chiles, que teve grandes problemas na trave. A japonesa Shoko Miyata também foi uma grande surpresa, com notas bem sólidas e final garantida na trave.
Nina Derwael teve um elemento rebaixado na paralela, uma largada que faltou giro, e se classificou em segundo. Quem comandou a classificatória foi a chinesa Luo Rui, com trocos muito bem feitos e um jaeger esticado. Essa final promete!
Clique aqui para conferir os resultados completos. Amanhã acontece as classificatórias masculinas, com o Brasil entrando em ação às 12:50h.
Post de Cedrick Willian
Foto: olympics.com