Entrevista GBB com o ginasta Arthur Nory

GBB: Em primeiro lugar, parabéns! Como você está se sentindo?

AN: Ah, um pouco triste. E o meu técnico também ficou. Mas, por outro lado, eu percebi que estou bem no individual geral, e que também posso ajudar a equipe. Eu fiquei triste porque vi que poderia ter ficado entre os 10 ou 8 melhores.

GBB: Como você estava se sentindo antes do último aparelho?

AN: Eu fiquei nervoso, porque eu vi que eu estava bem colocado, e que poderia ficar entre os melhores, daí o nervosismo acabou atrapalhando. E também, eles demoraram a liberar minha série, acho que por causa da transmissão da TV, e isso atrapalhou também. Outra coisa, foi que eu já tinha acertado os cinco aparelhos anteriores, então eu meio que relaxei um pouco. Foi tudo isso.

GBB: Mas você estava mesmo bem colocado, mesmo com alguns erros na sua série de solo, tirou uma nota alta.

AN: Sim, eu tive uns desequilíbrios, mas essa série de 6,8 é nova, e eu ainda não estou completamente seguro nela, então isso me fez ter esses errinhos.

GBB: Mas mesmo assim foi um excelente resultado.

AN: Sim, especialmente com a falta de estrutura que temos.

GBB: O que mais falta para vocês?

AN: Por exemplo, o solo. O aparelho que estamos competindo aqui, não temos igual no Brasil. Aqui além da espuma, tem as molas, então a aterrissagem é diferente. Fica mais difícil pra gente saber como cravar as passadas acrobáticas.

GBB: E quais seus planos para o futuro?

AN: Aumentar a dificuldade das minhas séries. Aliás já tenho alguns elementos que estou treinando com esse objetivo. Acho que o cavalo, eu tenho uma boa nota de partida, mas quero melhorar para poder ser cada vez mais útil à equipe. Mas é cavalo né? Precisa ficar em cima dele, não tem jeito. Você pode ter nota de partida alta, mas precisa acertar.

GBB: O mundial do ano que vem é por equipes, como você vê as suas chances na equipe do Brasil?

AN: Acho que são boas nossas chances, mas depende da equipe que vão formar. Pode ser que queiram formar uma equipe mais forte de barra e cavalo, daí você tem que estar bem nesses aparelhos. Foi assim na Universíade. Então sempre depende de como os treinadores vão formar a equipe.

GBB: E agora? Tem algumas lesões para se recuperar?

AN: Na verdade estou com lesões sim, no meu ombro. Eu competi a base de remédios. Mas deu tudo certo.

GBB: Vai ter um final de ano mais tranquilo ou tem alguma competição até o fim do ano?

AN: Sim, temos o DTB CUP, que é uma Copa do Mundo por equipes. No ano passado nós fomos muito bem.

GBB: E você já sabe quem vai?

AN: Não é certo, mas acho que eu, o Petrix se estiver melhor da lesão no bíceps, o Felipe Arakawa…

GBB: Nossa equipe masculina tem muitos nomes fortes, muitos meninos bons.

AN: Sim, é verdade, e é por isso que você não pode ficar errando. Porque senão, podem achar que não podem confiar em você para os momentos de pressão. Mas é isso, agora é treinar mais e melhorar a cabeça para acertar mais.

Obrigado Arthur Nory! Esse menino é muito talentoso, e foi amplamente reconhecido pela imprensa internacional como um dos ginastas mais interessantes da competição devido à sua postura e elegância. Nós do GBB estamos muito felizes com a participação deste ginasta, e de como ele representou nosso país numa final de altíssimo nível! Parabéns ao ginasta e comissão técnica!