Brasil termina sua participação na ginástica artística feminina em Londres

Nota por equipe do Brasil: 161,295. Com os desfalques, mais do que importantes, das ginastas Jade Barbosa, Lais Souza e Adrian Gomes, essa equipe foi a melhor escolha possível para representar o Brasil. Sei que muita gente vai criticar (mesmo porque o desempenho não foi bom), mas eu respeito cada uma que esteve ali.

É a última olimpíada de Daiane dos Santos, e talvez seja a última de Ethiene, Bruna e Harumy.  Penso que a renovação que está planejada para o Brasil coloque fora da seleção muita ginasta que, ainda hoje, é considerada importante para o Brasil.

O Brasil competiu na primeira de 5 subdivisões da etapa classificatória dos Jogos Olímpicos. Ainda teríamos que esperar o fim da última subdivisão para termos a certeza de alguma final para o Brasil. Entretanto, as notas conquistadas pelas ginastas não serão suficientes para conquistar vagas nas finais.

Entendo cada apresentação que assisti. Entendo minha vontade de acordar de madrugada, mesmo sem esperança. Entendo cada idade avançada, cada acerto, cada erro. Por isso, respeito. Daiane terminou sua última participação na seleção com 3 notas dentro da equipe. Ethiene passa pela 2ª Olímpiada sem quedas e com a missão de, simplesmente, passar segurança para as companheiras. Bruna sobreviveu a várias lesões e conseguiu chegar em sua primeira Olimpíada. Daniele participa de sua 4ª Olimpíada, sem nenhuma lesão séria e com integridade física suficiente para continuar defendendo o país. Harumy foi pega no susto e, ao fim da única série que apresentou, não conseguiu conter a emoção de estar ali.

Essa não foi uma boa participação da equipe do Brasil. Talvez essa equipe teve o seu auge no Evento Teste, em Janeiro. Entretanto, fico feliz do Brasil não ter ficado de fora. Fico feliz da nossa ginástica ter caído de rendimento ao invés de morrer. Como eu já disse, Espanha e Ucrânia tem apenas uma representante nessa edição dos Jogos. Acredito que, mesmo que fosse para tirar 161,295, esses países adorariam estar em Londres.

Para mim, o ciclo olímpico da ginástica artística feminina do Brasil acabou de terminar. A partir desse exato momento, já me encontro com esperanças de uma nova geração de ginastas do Brasil. Uma geração melhor, e que substituirá essa equipe. Mas que substitua com o orgulho! Deixo aqui o meu muito obrigado pela classificação olímpica e por me fazer ver, mais uma vez, uma equipe completa competindo entre as 12 melhores do mundo.

Originalmente escrito para o site Esporte em Pauta.