Pela segunda vez em 2014 o Brasil faz história na ginástica artística. Depois de Flávia Saraiva conquistar 3 medalhas inéditas nos Jogos Olímpicos da Juventude, a equipe masculina do Brasil acaba de conquistar a primeira final por equipes (de muitas) da história. Um marco importantíssimo, suado, merecido e conquistado. Enquanto muitos achavam cedo para uma final por equipes, o Brasil foi lá e fez. E com a presença Diego Hypólito.
A equipe tinha como adversário, inicialmente, a sim mesma. O Brasil tinha séries para competir uma vaga na final. O Brasil também tinha ginastas de talento, mas precisava acertar. Competir na 2ª subdivisão, onde os juízes ainda estão aquecendo as canetas, ainda era um fator desfavorável. Mas, apesar dos erros, a equipe não se intimidou. Para quem acompanhou e acreditou na equipe, o objetivo era muito maior do que simplesmente classificar uma equipe para o Mundial Pré-Olímpico do ano que vem.
Começaram no salto, um dos melhores aparelhos da equipe, já colocando a moral e a nota lá em cima. Com 3 notas acima dos 15 pontos, chegou perto dos 60 pontos nesse aparelho. Passaram bem na paralela, com Sasaki e Francisco pontuando muito bem, e foram para a barra fixa, onde os mesmo dois, que são os melhores nesse aparelho, erraram. Mesmo com os erros dos melhores, Arthur Nory e Lucas Bittencourt desempenharam seus papéis e somaram notas importantes. No solo, mais um erro de Sasaki e outro de Zanetti. Os dois ginastas poderiam ter notas em torno dos 15 pontos e que contassem ainda mais para a equipe, mas os erros foram compensados pela presença de Diego Hypólito e Nory, que passaram muito bem e contribuíram para outros “quase 60”. No cavalo com alças, pior aparelho da equipe, tiveram vários erros e pontuaram um pouco acima dos 54 pontos. Nas argolas, mostraram que, apesar de Zanetti ser o melhor do mundo, a equipe tem pra si a responsabilidade de séries que contribuam, o que fez o Brasil fechar esse aparelho em quase 60 pontos novamente.
Terminar a subdivisão em que competia à frente da Ucrânia, mesmo depois de erros importantes, foi uma coisa quase impossível de acreditar. Claro que a Ucrânia teve erros, mas erros por erros, o Brasil foi melhor. Dá para imaginar uma equipe forte para o Brasil, que a partir de agora continue se esforçando muito e se mantenha entre as 8 melhores equipes do Mundo. O Brasil se classificou em 7º, à frente de grandes equipes que costumavam deixá-lo para trás, e ainda pode melhorar essa classificação na final, podendo terminar entre os 5 melhores.
Substituindo às pressas Caio Souza, que se poupou por uma lesão no pé, Diego mostrou o que fazia de melhor. Teve a melhor pontuação da equipe no solo, onde se classificou para a final, e ainda teve sua nota contada na paralela e no salto. Diego surpreendeu com a nota final de 15.900, bem perto dos 16.000 que o melhor ginasta da atualidade nesse aparelho, o japonês Kenzo Shirai, costuma tirar internacionalmente. O Brasil ainda se classificou para a final de argolas com Arthur Zanetti; para a final do individual geral, com Arthur Nory e Sérgio Sasaki; para a final de salto com Sérgio Sasaki.
Não foi sorte. Foi competência, treinamento, trabalho duro. Se você ainda acha que foi sorte, vai torcer pela seleção de futebol! Você não entende nada de ginástica! Aqui na ginástica as coisas são muito mais complicadas. Confiar na sorte é só pra quem dá “chute” em bola!