Análise e resultados da final por equipes feminina – Londres 201Título da postagem

Final dramática e emocionante. Depois de muitos não
acreditarem nas russas, até mesmo porque perderam para as romenas no Campeonato
Europeu, elas chegaram para os treinamentos em Londres bem diferentes de alguns
meses atrás. Chegaram com Aliya Mustafina recuperada, com Viktoria Komova
consistente, com  Anastasia Grishina
apresentando upgrades, com uma capitã de classe e com dois amares no salto!
Quem diria! Pra quem confiava no ouro dos Estados Unidos, ficou a dúvida: como
será a final por equipes? É… os Estados Unidos venceram com uma diferença
exata de 5,066 pontos! Talvez, mesmo se a Rússia tivesse acertado todas as suas
séries, ainda assim não teria sido possível ganhar de um país com sede de um
primeiro lugar olímpico!

1º Estados Unidos – 183,596

Essa foi a melhor atuação da equipe dos Estados Unidos em
uma Olimpíada. Considero melhor até do que quando as americanas foram campeãs
olímpicas pela primeira vez, em Atlanta, em 1996. Dessa vez, competiram sem
erros.  E merecidamente conquistaram o
ouro! O ouro que elas vinham buscando desde 2004. Depois do Olympic Trials de
2004, me lembro de Martha Karoly afirmar que só estava levando uma ginasta reserva
para os Jogos Olímpicos por precaução, já que aquela equipe não precisava de
reservas. Erraram na final e acabaram perdendo para a Romênia nos Jogos de
Atenas. Em 2008, ela afirmou que as americanas só perderam para a China por
causa dos erros de Alicia Sacramone. Mas, todos os bons entendedores de
ginástica concordam que, mesmo se Sacramone tivesse acertado a trave e o solo,
ainda assim a China teria sido a campeã. Hoje, as americanas entraram para a
arena mais seguras do que nunca. Tiveram um desempenho fantástico! Um
desempenho que rendeu o ouro. Detalhe que eu não posso deixar passar: Gabrielle
Douglas somou 61,465 no individual geral.

2º Rússia – 178,530

Muita pena das russas. Foi de cortar o coração vê-las tão
decepcionadas com a apresentação de Anastasia Grishina no solo. Alguém comentou
que as russas foram roubadas nas notas de paralela. Só um comentário: as bancas
de arbitragem mudam! A banca que arbitrou a paralela hoje, não é a mesma banca
que arbitrou a paralela nas classificatórias. Todas as notas de paralelas foram
mais baixas do que nas classificatórias, ou seja, foram notas diferentes, assim
como os juízes foram diferentes. É só analisar os resultados com calma para
poder ter certeza disso. Enfim…

As russas mostraram inconsistência mais uma vez. O único
aparelho em que todas passaram bem, de verdade, foi a paralela. No mais, pelo
menos uma ginasta teve um erro grande. A apresentação que elas tiveram hoje me lembrou
do desempenho da equipe russa na final olímpica de 2000, ano em que a equipe era
mais do que favorita, e acabou deixando a Romênia no lugar mais alto do pódio. Mesmo
com tantos erros, a Rússia acabou ficando com a prata. Era o lugar em que elas
deveriam estar. E devem se orgulhar disso! Detalhe importantíssimo: Aliya Mustafina pontuou 60,266 no individual geral.

3º Romênia – 176,414

A Romênia fez o trabalho correto: acertou todas as séries e
esperou o resultado das outras equipes. Acabou ficando com o bronze! Maior nota
de trave do dia: Catalina Ponor, com 15,416. Me lembrou a Catalina de 2004, que
fazia da trave um solo! Por falar nela, ela ainda não apresentou o tsukahara
esticado no solo…Será que está guardando para a final?

Larisa Iordache foi poupada do solo. Está sendo poupada para
a final do individual geral?

4º China – 174,430

Esperava-se que a China acertasse os dois yurchenkos com
dupla pirueta e arriscasse o amanar de Huang Qiushuang, arrebentasse na paralela,
passasse bem pela trave e fizesse um solo sem quedas. Dessa forma, poderiam até
concorrer com a Rússia pela prata.

Como a China realmente competiu? Qiushuang não apresentou o
amanar no salto; fizeram a paralela acima do esperado, já que He Kexin acertou
a série; Sui Lu foi a única que fez uma trave digna de chinesa e a única que
acertou corretamente o solo. Acabaram com o 4º lugar…

5º Canadá – 170,804

Esse 5º lugar tem gosto de 1º lugar. Depois de não ter
conseguido classificar uma equipe completa para as Olímpiadas de Pequim e ter
conseguido a vaga para Londres somente na repescagem, a equipe canadense
retorna muito bem às competições por equipes, conquistando um histórico, e
inédito, 5º lugar! A trave foi o único aparelho em que tiveram um desempenho um
pouco abaixo do esperado, mas mesmo assim sem nenhuma queda. Estão de parabéns!

6º Grã-Bretanha – 170,495

A equipe inglesa não passaria do 5º lugar, já que o único
desempenho ruim foi o de Jennifer Pinches na trave, com 11,833. Mesmo que ela
tivesse dois pontos a mais, a equipe subiria apenas uma classificação. Apesar
disso, essa final olímpica foi histórica e inédita para as inglesas!

7º Itália – 167,930

A falta da ginasta Francesca Deagostini foi sentida! A ginasta, que
até o ano passado era juvenil, somou pontos preciosos para a Itália no Evento
Teste, ajudando na classificação da equipe italiana para os Jogos de
Londres.  Infelizmente, por motivos de
lesão, Deagostini não pôde fazer parte da equipe olímpica. Entretanto, a Itália
fez história ao se classificar para essa final.

8º Japão – 166,646

A tática de executar séries fáceis e limpas funciona! Limpeza
e qualidade de movimentos é o que pede o atual código de pontuação. Isso levou
o Japão ao 5º lugar por equipes em Pequim e o fez classificar para essa final
de hoje. Funciona mesmo, de verdade, só que com uma condição: você não pode
errar! E o Japão acabou fazendo isso hoje. Apesar de a tática funcionar para
eles, acho que já está mais do que na hora de dar uma mudada nas séries das
japonesas. Mesmo se tivessem acertado todas as séries hoje, repetir um 5º lugar
seria bem difícil… 

A final feminina do individual geral promete…