Resultados Visa Championships – Feminino – Final
21 de agosto de 2011Equipe russa feminina é nomeada
23 de agosto de 2011O segundo dia de competições do Visa Championships foi novamente tenso. Apesar de uma grande melhora nas performances das ginastas mais jovens, nem tudo terminou bem. Depois da noite de sábado (20/08), algumas reviravoltas ocorreram. A ginasta Jordyn Wieber foi espetacular! Acertou todas as séries, subiu suas notas e terminou com uma pontuação altíssima: 61.45. Ela já está na equipe para o Mundial, e tem que estar mesmo! Acho que ela pode brilhar neste mundial, assim como a Mustafina brilhou em Roterdã. Claro que tudo pode acontecer, mas vai ser difícil vencê-la. Acredito que ela seja a ginasta a ser batida. Mckayla Maroney parece ter se redimido do desastre do primeiro dia. Acertou todas as séries. Foi espetacular no salto, conseguiu terminar o solo com um duplo twist grupado, acertou a barra e a trave. A questão é: será que no Mundial ela precisará, também, de um primeiro dia desastroso para acalmar os nervos? Talvez não. Pode acontecer que ela chegue lá e se saia muito bem, sem grandes problemas. De acordo com o site da revisa americana International Gymnastics, Martha Karoly afirmou que considera o amanar de Mckayla o melhor do mundo. Eu concordo. Acho muito bom mesmo. Mas, observando bem essa ginasta, eu acho que ela é muito boa mas realmente se destaca no salto. A trave e a barra são básicos (para uma norte-americana de elite), e o solo tem uma dificuldade monstra mas, mesmo no campeonato americano, ela não tirou uma nota assim tão alta. Outras ginastas com menos dificuldade se aproximaram ou até tiraram mais nota que ela. A Alicia, por exemplo, tirou mais nota que ela com uma série mais simples na parte acrobática. Falando nela, Alicia finalmente acertou a série de solo inteira, apesar de ter modificado a terceira passada. Ela também fez o primeiro salto melhor que na sexta-feira, mas a trave não foi tão segura. De qualquer modo, ela mostrou que pode ser incluída na equipe para ajudar em qualquer um dos três aparelhos que competiu.
Chellsie Memmel começou a noite muito bem. Acertou, mais uma vez, uma série excelente de trave. Apesar disso, a nota foi mais baixa que no primeiro dia. Acredito que seja pelo salto cortado com meia volta (que realmente não foi bom), mas, mesmo assim, demonstrou que ela é uma ginasta muito segura na trave e que está pronta para competir a qualquer momento. O solo foi bem melhor também. Ela pode colocar ainda mais dificuldade nos elementos de dança da série, e isso ajudaria ainda mais a carimbar o passaporte para o Japão. No salto ela fez um yurchenko com pirueta com muita sobra. Acho que mais uma pirueta cabe ali, mas que venha apenas quando ela estiver realmente preparada. Faltava apenas a série de barra. Daí, ela cometeu um erro muito inesperado no giro com pirueta, por duas vezes; então se apresentou e finalizou a série, ficando com apenas 9.550. Se ela tivesse terminado a série (como de costume), teria ficado lá no topo, entre as trê primeiras. Uma pena. Mas gostei muito de ver que ela tem autonomia para escutar o próprio corpo e decidir quando é hora de parar, e assim evitar uma lesão que não pode acontecer. Esse desfecho inesperado não diminui o brilho de Chellsie nesse campeonato pra mim.
Shawn Johnson competiu muito bem de novo, porém achei a nota de trave baixa, já que ela cravou o mortal estendido e teve um desequilíbrio bem menor na estrela sem mãos…Enfim, vai entender a arbitragem, né? A Shawn está num caminho muito bom para chegar ao topo de novo, por mais que isso seja difícil. Acho que os fãs dela (eu, por exemplo) puderam respirar mais aliviados depois desta competição, já que no Covergirl Classic ela não foi muito bem. É muito bom poder vê-la em ação.
Aly Raisman não competiu tão bem, cometeu erros inesperados na trave e o solo também não foi tão bom. Mesmo assim ela provou sua habilidade competitiva mais uma vez. Logo antes de se apresentar na trave, um acidente aconteceu. Sua amiga Rebecca Bross se machucou no salto e mesmo assim ela teve que subir na trave e fazer a série. Ela teve muita força mental para passar uma série sem quedas logo em sequência a esse acidente. Fiquei admirado. Agora, Rebecca…eu chorei. Assisti pela cobertura do Universal Sports, a competição inteira, não o vídeo só dela. O que foi o silêncio que tomou conta do ginásio… E quando ela chorou de dor, ou desespero, ou ambos? Nossa, eu enchi os olhos de água. Fiquei com muita muita pena. Neste momento Valeri Liukin está sendo crucificado por muita gente. “Porque ela fez o DTY se estava voltando de lesão?”. Realmente ela não precisava mesmo disso. Ela já estava fazendo série completa de trave e solo… já estava bom né? Até o mundial ela ia estar pronta. Mas também, se ela tivesse acertado, ninguém estaria falando nada. De qualquer modo ela estava indo muito bem. Mesmo com a queda na saída, a trave foi melhor, o solo foi bom e eu esperava ansioso pelas paralelas. Uma pena. Agora só ano que vem… Espero que dê tudo certo pra ela e que essa lesão não seja tão grave.
Anna Li cometeu um erro na paralela mas segurou a série até o fim. Mackenzie Caquatto acertou a série de paralelas e ficou muito bem na fita por ter feito isso. Sua irmã, Bridget, não acertou de novo a série. Acho que uma delas estará na equipe. Principalmente agora sem a Bross. Mas a Bridget não é… ainda está muito verde. No grupo das verdes ainda continuam Gaby Douglas e Sabrina Vega. Diferentemente da Mckayla, elas não se redimiram do primeiro dia. Douglas foi competindo bem até errar a saída na trave. Ela caiu no primeiro flick da sequência de flick + flcik + duplo carpado; depois tentou de novo e refugou, e só depois conseguiu. Acho que ela realmente não estará na equipe. Bridget tem boas séries em todos aparelhos, mas o ponto alto, que é a barra, ela errou os dois dias. Acho que ela também está fora. Sabrina é uma ginasta que eu gosto muito, mas também não foi bem, apesar de que arrasou no solo.
Enfim, esse código novo incentiva treinadores e ginastas a buscarem um alto nível de dificuldade nas séries. Isso tem gerado muitas lesões. Fora isso a ginástica está ficando feia. As ginastas colocam elementos descontrolados e dane-se a nota de execução. Claro, se você é americana ou russa você pode fazer uma série suja… ninguém vai tirar um elemento seu mesmo, né? Acredito que a solução seria: a ginasta que apresentar elemento sem controle na série seria despontuada seriamente. Não sou contra as ginastas que colocam dificuldade alta na série. Na verdade adoro, mas precisa de tanto? Quando dá tudo certo é maravilhoso, mas é uma exigência grande demais ao corpo. É quase agoniante. E outra coisa: quem é que vai chegar viva ao fim desse processo seletivo? Sinceramente.
Depois do que aconteceu neste campeonato, acho difícil saber quem estará na equipe. A falta de mais uma ginasta boa de paralelas, depois da lesão da Bross, vai dificultar ainda mais o processo seletivo. Pra mim, garantida mesmo é a Jordyn e uma especialista de paralelas (Mackenzie ou Anna). As outras vagas vão depender dos treinamentos nos acampamentos. Raisman, Chellsie, Mckayla ou Alicia também tem chances muito grandes. Acho que essas são as que tem mais chances, mas eu não me assustaria se, por exemplo, a Alicia ou a Raisman não entrassem e, de repente, a Shawn sim. Tudo pode acontecer. Quem não for para o mundial poderá estar no Pan… um prêmio de consolo, mas que também pode render muitos frutos, pois será uma grande oportunidade para qualquer ginasta mostrar seu valor. Vamos ver né? Chega novembro mas não chega outubro… aiai…
PS: Não se esqueçam de Bridget Sloan: se caso ela recuperar das lesões, poderia competir nas barras também!