Festival de Ginástica em Minas Gerais
28 de setembro de 2011Ginasta americana universitária competirá em Tóquio representando a Armênia
29 de setembro de 2011Que eles melhoraram muito não tem como negar. Apesar da falta de Victor Rosa, arrisco dizer que o Brasil está indo para Tóquio com a melhor equipe masculina de todos os tempos. Temos na equipe o bicampeão mundial de solo, Diego Hypólito; o finalista mundial e campeão mundial universitário de argolas, Arthur Zanetti; o campeão pan-americano juvenil individual geral e 19º melhor ginasta do mundo, Sérgio Sasaki; o campeão pan-americano de barra fixa, Mosiah Rodrigues; o atual campeão brasileiro individual geral, Francisco Barreto; o atual terceiro melhor brasileiro individual geral, Péricles Silva e o campeão pan-americano por equipes juvenil, Petrix Barbosa. Um time forte e experiente, mas ao mesmo tempo renovado. Dos sete ginastas que compõem a equipe deste ano, apenas dois estavam na equipe do último mundial pré-olímpico: Diego Hypólito e Mosiah Rodrigues. Naquela época, somente Diego Hypólito conseguiu a vaga para competir nos Jogos Olímpicos. Hoje, sonhamos com uma equipe completa.
Chances reais
Então, aparece a pergunta: quais as chances reais da equipe masculina em Tóquio? Chances reais, nesse contexto, significa o que realmente o Brasil pode fazer e conseguir, sem suposições, sem contar com os erros dos adversários. É o que eu tenho certeza que acontecerá com a equipe brasileira, com todos chegando lá e fazendo o trabalho necessário. Lembrando que a ginástica é um esporte ingrato: o atleta pode ter todas as chances possíveis, a série mais difícil e a execução impecável. Um único erro pode ser fatal. Um exemplo prático e bem próximo: Diego Hypólito na final de solo em Pequim. Ele só tinha que acertar a série. Acertando, garantiria o ouro. Mas errou. E a medalha olímpica ficou na mão de um chinês que, na minha opinião, não tinha ginástica suficiente para bater um Diego sem erros.
Diego Hypólito
Se fosse pra escolher uma certeza, um palpite certeiro para a delegação brasileira nesse mundial, eu diria: Diego Hypólito vai conquistar uma medalha nesse mundial, com chances reais de ouro. Hoje, a maior certeza que eu tenho pra ginástica é essa. Diego vai estar na final de solo em Tóquio, podendo ser campeão mundial pela terceira vez.
Arthur Zanetti
Arthur Zanetti estará na final de argolas em Tóquio. O ginasta vem fazendo uma boa política internacional com a arbitragem e olhares do público da ginástica em geral, acertando todas as séries que executou esse ano. Arthur tem chances reais de estar na final de argolas daqui alguns dias e tenho certeza que a torcida a favor dele não se encontra apenas no Brasil.
Sérgio Sasaki
Outro ginasta que conquistará uma vaga na final. Dessa vez, no individual geral. Sérgio é o ginasta mais forte que o Brasil já teve nessa categoria. Ele foi campeão pan-americano juvenil, deixando americanos, canadenses, colombianos e porto-riquenhos para trás. Além disso, conquistou a marca inédita para o Brasil, nessa categoria, em mundiais: foi 19º colocado em 2009. Sasaki fez 88.550 pontos no Troféu Brasil esse ano. A repetição dessa nota o colocará dentro da final com certeza! E eu ainda acho que ele pode pontuar mais do que isso…
Equipe completa
O Brasil conquistará a vaga na repescagem em Janeiro. Esse será um passo importantíssimo para que o sonho dos fãs da ginástica brasileira se realize: uma equipe masculina completa nos Jogos Olímpicos. Esse sonho começou no mundial do ano passado, quando a equipe masculina, mesmo com desfalques de atletas importantíssimos, mostrou que poderia segurar as pontas e classificar o Brasil para o mundial desse ano. A ginástica masculina cresceu e nunca esteve tão próxima de representar o Brasil no evento esportivo mais importante do planeta.
Possibilidades
Além das chances reais temos as possibilidades. Não temos certeza, mas pode acontecer.
Diego Hypólito
Além do solo, Diego pode estar na final de salto. Para isso ele precisa dificultar um pouco seus saltos, como vem fazendo. Ele apresentou esse ano o tsukahara com tripla pirueta, salto de valor de dificuldade alto que pode colocá-lo dentro da final. Chances de medalhas? Dentro de uma final tudo pode acontecer.
Arthur Zanetti
Arthur pode ganhar uma medalha na final de argolas. Nessa altura do campeonato, não acho que ele dificultará a série. Ele já tem uma série forte (apesar de não ser a mais forte entre os melhores hoje) e provavelmente ele está, juntamente com seu técnico, investindo em uma execução impecável, o que será essencial para que uma medalha aconteça.
Sérgio Sasaki
Pensando na possibilidade de subir a nota que ele tirou no individual geral esse ano, Sérgio Sasaki pode ser top 15 no mundial. Essa marca seria inédita para o Brasil e bateria a marca que ele mesmo fez, que é a melhor até hoje! Além disso, Sasaki voltou recentemente aos treinos fortes de solo e salto e, de acordo com as notas que Sasaki tirou na Copa do Mundo de Doha esse ano, ele poderia, também, estar na final desses dois aparelhos.
Equipe brasileira
Possibilidade de se classificar diretamente para Londres? Não. Esse ano não dá. Nossos ginastas ainda precisam melhorar principalmente no cavalo com alças e barra fixa. Mesmo assim, sinceramente, se Victor Rosa estivesse na equipe, eu ia torcer muito para que uma final e a consequente classificação acontecessem. Peço desculpas aos céticos e pessimistas por isso. Não parei para fazer contas, mas a falta de Victor diminui a nota final da equipe em torno de dois pontos. Isso é muita coisa para um mundial. Independente disso, temos um time bom, competente, e o melhor de tudo: com grandes possibilidades de crescimento. Arthur Nory está chegando. Petrix, Sasaki, Francisco e Péricles ainda são muito novos. Penso que os bons resultados que eles já vêm conquistando ainda não representam o limite da ginástica deles. O auge ainda está por vir.
Aguardem o texto que vou escrever em janeiro: “O que podemos esperar da equipe masculina na repescagem?”. Muita água vai rolar até lá, mas meu otimismo e meu coração de fã estão loucos para que meus dedos digitem: “equipe completa nos Jogos Olímpicos”.