Mundial de Ginástica Artística 2013 – Análise do 1º dia de finais por aparelhos
5 de outubro de 2013Jogos da Ásia Oriental 2013 – Resultados
15 de outubro de 2013
Salto masculino
Marius Berbecar abriu a competição com dois saltos partindo de 5.6, o que já não era uma nota de partida alta o suficiente para medalhar numa final. Mas saltou bem e esteve por ali, caso alguém errasse.
Diego Hypólito foi o segundo a se apresentar, e fez o que tinha que ser feito. Saltou super bem, conseguiu uma nota mais alta que na classificatória. Diego treina saltos mais difíceis do que os que apresentou e pode ser que esses saltos estejam prontos para uma final futura.
Kristian Thomas apresentou a salto mais bonito da final, um yurchencko com duplo mortal carpado. Quase sem erros, tirou 15.500, nota altíssima. Apresentou uma reversão com duplo mortal grupado no segundo salto e teve outra nota acima de 15, que acabou colocando ele como primeiro colocado nesse momento.
Oleg Verniaiev tinha dois saltos bem fortes para essa final, tanto que se classificou em segundo lugar, atrás apenas de Hak Yang Seon. Infelizmente sofreu uma queda no segundo salto, um tsukahara com tripla pirueta.
Sérgio Sasaki apresentou dois saltos belíssimos. Um dragulesco quase cravado lhe rendeu a mesma nota que nas classificatórias: 15.333. Seu segundo salto foi um tsukahara com dupla e meia, com um salto grande no fim. Na média, terminou atrás de Kenzo Shirai, que saltou um yurchencko com tripla pirueta belíssimo!
Steven Legendre fez dois saltos muito bons, um dragulesco e um tsukahara com duplo carpado. O dragulesco teve uma chegada com o tronco bem baixo e o tsukahara teve apenas um passo para trás. Como os dois saltos são bem difíceis, o americano acabou terminando com a melhor média, na frente de Thomas nesse momento.
Hak Yang Seon chegou para acabar com a festa. Saltou uma dificílima reversão com tripla pirueta, que lhe rendeu uma nota de 15.733, nota mais alta do Mundial nesse aparelho. Saltou mais um tsukahara com tripla, tirou 15.333 e ficou com média de 15.533. Ouro para a coreano!
Trave
Aliya Mustafina abriu a final de forma brilhante. Não fez todas as ligações, mas também não teve desequilíbrios e terminou com uma nota E bem alta: 8.900! A nota final foi 14.900, nota de primeiro lugar, onde se manteve até o final. É muita moral para Aliya Mustafina esperar todas as ginastas passarem e conseguir superar uma a uma. Se classificou em último lugar, com uma série bem ruim e uma nota baixíssima, para terminar no topo. Parabéns! Primeiro título mundial por aparelho!
Shang Chunsong se classificou para a final em 2º lugar, atrás apenas de Iordache, mas fez uma série muito desequilibrada. Chunsong pode ser uma das maiores decepções da China nesse Mundial. Ela tem uma série de paralela boa, uma trave boa e um solo bom (que nem entrou para a final), mas saiu daqui sem nenhum resultado expressivo.
Carlotta Ferlito e Vanessa Ferrari estiveram por ali, lutando por um bronze que poderia ter acontecido para Ferrari caso Simone Biles não tivesse sua reclamação aceita. Inicialmente, Ferrari estava com o bronze, com 14.300 e Biles com 14.133 estava atrás até de Ferlito. Depois da reclamação aumentaram a nota de Biles em dois décimos e a ginasta saltou para a terceira colocação. Um fiasco isso que fizeram! O último lugar que Biles deveria ter ficado era no pódio.
Kyla Ross competiu com a mesma nota de partida de Aliya Mustafina: 6.0. Ficou com a prata porque perdeu na execução, apenas 0.067 atrás dos 8.900 da russa.
Larisa Iordache entrou para a final como favorita e realmente tinha a série mais interessante. Apesar de não ter feito a série mais forte na classificatória, com duas piruetas para trás, talvez fizesse nessa final. Mas logo de cara já errou, caindo na primeira pirueta. Com certeza não fez a segunda… Foi bem no resto da série, mas perdeu a chance de ser campeã. Uma pena!!!
Anna Rodionova foi a última a passar, e teve chances de beliscar um bronze. A nota obtida na classificatória poderia tê-la deixado no pódio, mas ela não foi feliz e caiu na sequência acrobática de flic + twist.
Paralela
Na classificatória da paralela, Kohei Uchimura e Epke Zonderland se classificaram em 8º lugar exatamente com a mesma nota, tanto de dificuldade (6.4) como execução (9.0). Por isso a final de paralela teve 9 finalistas!
O chinês Lin Chao foi o primeiro a se apresentar e já chegou botando moral. Série muito boa, mesmo sendo um décimo mais baixa que na classificatória. Com 15.666 ficou no lugar mais alto do pódio, onde se manteve até o final.
Kohei Uchimura passou uma série muito boa e limpíssima, e apesar de ter se classificado em 8º lugar, terminou essa apresentação em 1º lugar, empatado com Chao merecidamente.
Marius Berbecar teve problemas logo num troco no começo da série. Salvou a queda, fazendo um kip na lateral e continuando sem comprometer muito o restante da apresentação, tanto que terminou com a nota 15.000.
Epke Zonderland passou uma série muito difícil, para variar, rs. Executou quase sem erros o troco que leva o nome de outro excelente (ex) ginasta, o esolveno Aljaz Pegan. Com 15,300 teve que esperar o que aconteceria no restante da final.
Anton Fokin errou logo no começo, o que foi uma pena, já que tinha grandes chances nesse aparelho. Nem tentou salvar a série… Ele faz um duplo pra frente ao apoio braquial muito bonito, a série é muito interessante. Mas Fokin desistiu… Saiu de mortal esticado e tirou 12.466, nota que não parece nem de longe com uma nota de medalhista olímpico.
Brandon Wynn começou a série com chances, já que alguns favoritos já haviam errado. Teve um errinho bobo num troco no começo da série e mais um outro num lançamento á parada. Perdeu o embalo por uma vez e, com tantos errinhos pequenos, acabou ficando com nota 14.266, muito baixa perto dos 15.466 conseguido nas classificatórias.
John Orozco foi o penúltimo a se apresentar também com chances. Sem erros muito grandes, passa bem durante a série. Perde o embalo por um breve momento, mas nada que atrapalhe sua performance. Crava a saída e termina na terceira colocação, já que, pelo empate entre Uchimura e Chao, não houve 2º lugar.
Vasileios Tsolakidis se classificou em primeiro para essa final, mas teve uma queda e vários outros problemas. Tem a série mais interessante, com trocos muito bonitos. Com certeza poderia ter sido o campeão dessa final.
Solo feminino
Vanessa Ferrari passou uma boa série, sem grandes problemas. A sequência de tsukahara + mortal para trás não foi boa e não deveria ser considerada, já que a ginasta demorou um longo tempo para conectar as duas acrobacias. Teve uma boa nota para a série que apresentou: 14.633.
Murakami Mai mostrou que também é boa de solo fora dos tablados japoneses. Duplo esticado cravado, duplo com dupla cravado, sequência de piruetas cravada, gomez cravado, e um erro de tronco baixo na saída de tripla pirueta. Com uma coreografia dentro das novas exigências do código, Murakami Mai não passou Ferrari. Na minha visão, um pouco injusto.
Simone Biles tem muita potência acrobática. Enquanto Vanessa Ferrari chegou com o tronco baixo no duplo com dupla, Simone termina com sobra de força. Fez o movimento que leva seu nome e foi muito bem na prova, mas provavelmente essa foi a pior série de solo de Biles nesse Mundial.
Larisa Iordache acertou o solo mais uma vez. Com uma coreografia da famosa Adriana Pop, fez o que pode, quase cravando as acrobacias, que tiveram sempre um saltinho na chegada. Não acertou o gomez, mas foi uma boa série. Poderia ter tirado uma nota melhor que os 14.600 que conquistou e nesse momento a deixou em 3º lugar, logo atrás até de Vanessa Ferrari.
Giulia Steingruber foi uma das ginastas que mais cresceu nos últimos anos. Com acrobacias muito fortes e saltos da dança altíssimos, já fez muito bem em ter entrado para essa final. Teve um erro grande na chegada do duplo esticado com pirueta e na saída de duplo carpado, que lhe custou uma nota melhor e até um possível bronze.
Decepção do Mundial inteiro: queda de Izbasa no solo. Com certeza a ginasta mais linda, mais completa e mas artística dessa final. Merecia o título de campeã, seria uma despedida maravilhosa para essa grande ginasta. Não teve uma pessoa no ginásio que não se decepcionou com essa queda.
Kyla Ross apresentou um solo limpo, com problemas nas chegadas de duplo carpado e grupado, mas uma boa prova. Entretanto não é uma prova digna de medalha num Mundial, mas poderia ter acontecido dependendo da performance das favoritas.
Ellie Black entrou para a final na última colocação, teve um erro grande na saída de dupla pirueta e acabou pisando fora do limite do tablado. Terminou também na última colocação com 13.566.
Barra fixa
Sam Mikulak abre a final de barra fixa se redimindo do erro que teve no individual geral. Acerta a série inteira e consegue 15.566, nota que poderia ter lhe dado uma medalha anteriormente.
Kohei Uchimura tem uma série limpa demais. Toda as largadas são muito altas e Uchimura passa longe de perder o embalo, o que geralmente acontece com muitos ginastas. Teve um probleminha num troco e quase perdeu uma bonificação, mas cravou a saída lindamente.
Andreas Bretschneider passou uma série com boas largadas. Perdeu o dinamismo num giro gigante que teve que passar com o braço um pouco dobrado e comprometeu sua nota na saída, dando um salto bem grande na chegada.
Epke Zonderland levantou o público belga. Ela praticamente arriscou sua vida numa série maravilhosa, com duas ligações de diferentes kovacs. Como se não bastasse o fato de já ter acertado uma série tão difícil, ainda cravou a saída! A nota 16.000 parece pouco pra uma série tão doida!
Ryohei Kato pegou todas as largadas com o braço dobrado, sinal de que não tiveram uma boa altura. Fez uma boa série sem grandes erros, mas qualquer outro ginasta poderia estar no seu lugar nessa final.
O novato chinês Li Chaopan ganhou experiência nessa final. Tirou 14.900 para uma série que não foi boa, com erros grandes de execução na hora dos trocos. Acredito que em 2016 ele estará bem melhor e mais preparado para disputar uma final nesse aparelho.
Fabian Hambuechen também levantou o público presente, e foi o único nessa final que poderia ter ganho de Zonderland. Com a nota de 15.933 ficou em segundo lugar. O abraço entre Hambuechen e Zonderland mostrou o espírito amigável de competição que existe na ginástica artística masculina.
Josimar Calvo fechou com uma série muito limpa, largadas ótimas e saída cravada. Não poderia ter feito melhor do que fez! Está de parabéns! Uma pena a nota não ter sido suficiente para medalha. Terminou em 5º lugar, com a terceira nota D mais alta da final: 7.2.
Resultados completos
http://gymnasticsresults.com/worlds/2013/antwerp.html