Em 2010, no Mundial de Roterdã, a equipe masculina do Brasil sofreu com o desfalque dos lesionados Diego Hypólito e Victor Rosa, ginastas muito importantes na época, e a equipe acabou competindo com ginastas reservas. Arthur Zanetti, que havia sido 4º colocado nas argolas no Mundial de 2009 em Londres, também não competiu. Mesmo assim conseguiram desempenhar o papel proposto, que era a classificação para o Mundial pré-olímpico no ano seguinte. Terminaram na 19ª colocação, ficando entre as 24 melhores equipes que teriam a chance de competir no Mundial mais uma vez e tentar a vaga olímpica. O Mundial de 2010 é o Mundial que temos que tomar como referência para as comparações com o Brasil esse ano. Só em pensar que Diego Hypólito passou de desfalque em 2010 para reserva em 2014, entende-se que as coisas estão muito diferentes. E melhores.
Chances reais
Equipe
A equipe masculina vai se classificar para o ano que vem. Mesmo com uma competição desastrosa é bem difícil pensar no Brasil fora das 24 equipes esse ano. Como torcemos sempre pelo melhor, o Brasil tem chances de se classificar e ainda superar a 19ª colocação conseguida em 2010. Com Diego Hypólito na equipe, as chances de melhorar a colocação diminuem um pouco, mas as chances de uma final de solo e possível medalha aumentam.
Sérgio Sasaki
O individual geral é a final de Sasaki, o ginasta mais completo do Brasil. Essa final é praticamente garantida para Sasaki, mas para isso ele precisa acertar minimamente as séries. A competição que ele fez na classificatória do Pan o deixaria fora da final no Mundial. É muito raro Sasaki ter erros tão grandes, com isso, o histórico de acertos nos permite colocá-lo como um ginasta certo nessa final. Além do individual geral, Sasaki tem grandes chances de entrar para a final de salto. Com um dragulescu quase perfeito e o tsukahara com duplo mortal carpado, basicamente é só terminar em pé para garantir uma final.
Arthur Zanetti
O Brasil está acostumado a ver Zanetti na final de argolas. Isso é algo rotineiro desde 2009. O ouro acabou se tornando também algo rotineiro, mas dessa vez prefiro ser um pouco mais cético e apostar em Zanetti com chances reais de pódio. As chances de ouro ficarão para a segunda parte do post.
Arthur Nory e Caio Souza
Arthur Nory foi finalista individual geral no Mundial do ano passado ao lado de Sasaki. Caio Souza tem séries de grandes dificuldades. Nory está voltando de uma lesão que o deixou afastado dos treinos. Caio ainda comete erros. Um dos dois, numa classificatória inspirada, tem chances de acompanhar Sasaki na final do individual geral.
O que pode acontecer
Equipe
Muitos acreditam que a final por equipes ainda é um sonho um pouquinho distante. Apesar disso o sonho não é impossível. Tudo dependeria muito mais do desempenho frio da seleção do que do erro de outras equipes. O Brasil hoje tem séries muito difíceis, com notas D altas e e boas execuções. Para uma possível final, a equipe pode fazer tudo, menos competir como competiram no Pan, onde erraram muito. Pensando racionalmente, numa final em que todos os países competissem bem, inclusive o Brasil, é completamente possível que a equipe termine entre os 10 primeiros. Uma dificuldade: competir na 2ª subdivisão das classificatórias.
Sérgio Sasaki
Para Sasaki, um resultado melhor que entrar para a final do individual geral seria um top 5 na final, resultado já alcançado na Antuérpia no ano passado. Subir esse resultado? Difícil, mas não impossível. Sasaki tem que acertar os mínimos detalhes. No salto, Sasaki pode ser um medalhista, já que apresenta dois saltos com valor de dificuldade muito alto. O desafio de Sasaki é cravar ou dar o mínimo de passos possível no segundo salto, que tem duas rotações pra trás. Saltos em duplo mortal para trás frequentemente tira os ginastas da briga por medalhas. Sasaki ainda pode entrar para a final de solo (no ano passado ele foi o segundo e reserva) e, repetindo os 15.600 obtidos na barra fixa, pode ser um dos finalistas nesse aparelho.
Arthur Zanetti
Zanetti pode ser ouro mais uma vez nesse aparelho. A briga dele vai ser contra um chinês mais uma vez: Liu Yang, 4º lugar no ano passado, também está com uma série difícil e muito limpa. Zanetti ainda pode figurar entres os reservas da final de solo. No Mundial do ano passado, o canadense Scott Morgan, com a mesma nota de dificuldade de Zanetti no solo, conseguiu entrar para a final.
As classificatórias masculinas começam na próxima quinta às 22h. O Brasil compete na sexta a partir da 00:30.